Ela é mãe. Ela é empreendedora. Ela resiste. E agora, graças a um coletivo que nasceu do sonho de uma mulher com uma força extraordinária, ela também prospera.
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Entre fraldas, reuniões e noites mal dormidas, centenas de mães brasileiras têm descoberto que não estão sozinhas em sua caminhada. O Coletivo Negócios de Mães, criado por Kelly Farias, é mais do que um espaço de apoio: é uma revolução silenciosa que pulsa a cada encontro mensal dentro do Sebrae Lab, onde mulheres encontram força para seguir, aprender e empreender — mesmo quando o mundo insiste em dizer que elas não vão conseguir.
Quando empreender parece impossível
Empreender no Brasil é, por si só, um ato de coragem. Agora, some a isso o desafio de criar filhos pequenos, muitas vezes sem rede de apoio, com maridos ausentes nas tarefas domésticas e jornadas triplas de trabalho. Esse é o cenário que muitas mães enfrentam diariamente. E é exatamente para essas mulheres que o coletivo nasceu.
“Eu comecei a empreender em 2012. Não tinha apoio. Só quem me ajudava era minha mãe”, relembra Kelly Farias, fundadora do coletivo. Jornalista e turismóloga de formação, Kelly empreende atualmente nas áreas de comunicação e turismo, conciliando sua experiência profissional com o compromisso de transformar a vida de outras mães.
A vontade de reunir outras mulheres com o mesmo propósito surgiu em 2017, mas naquela época o projeto ainda não tinha asas para voar. A chegada da pandemia foi outro baque. Como tantas mães, Kelly precisou recuar, cuidar, sobreviver.
Mas ela não desistiu.
Uma virada com o Sebrae e o propósito como guia
Foi buscando capacitação que Kelly encontrou no Sebrae não só conhecimento, mas combustível para reacender o sonho adormecido. Com determinação e sensibilidade, ela deu forma ao que viria a ser o Coletivo Negócios de Mães, um espaço onde mães se encontram mensalmente para palestras, rodas de conversa, capacitação, network, apoio emocional e, sobretudo, motivação.
“Cada encontro é uma injeção de ânimo. Eu saio dali com a certeza de que não estou sozinha”, diz Camila Oliveira, mãe solo e empreendedora do ramo de doces artesanais.
Um coletivo que acolhe e transforma
No Sebrae Lab, o som das crianças muitas vezes se mistura ao burburinho das ideias. Não há fórmulas mágicas ou promessas vazias — há empatia, escuta e construção coletiva. As dificuldades são reais, mas também são os sonhos.
O Coletivo Negócios de Mães não é apenas uma rede de apoio. É uma plataforma de transformação social. O grupo oferece capacitações práticas, como gestão financeira, marketing digital e planejamento estratégico, além de atividades que trabalham a autoconfiança e o empoderamento feminino.
A participação ativa das mães, mesmo com toda a sobrecarga, é a prova viva da força que nasce da união.
Histórias que inspiram: Marcela Schulter e a força da reinvenção
Entre tantas histórias inspiradoras, está a de Marcela Schulter, de 42 anos, mãe de dois filhos, casada e hoje Consultora de Imagem e Estilo. Em 2023, após um burnout que a afastou do antigo trabalho, Marcela iniciou um processo de transição de carreira. O que começou como um hobby durante o afastamento — ajudar outras mulheres a se reconectarem com sua imagem — se transformou em sua nova profissão e propósito de vida.
“A cada dia me via mais envolvida com essa missão. Descobri que a transformação começa de dentro para fora. A imagem pessoal é apenas o reflexo do que estamos reconstruindo internamente”, conta Marcela.
Hoje, em 2025, além de atuar com consultoria, ela também ministra palestras, inspirando outras mulheres a entenderem o valor da autoestima e da primeira impressão no mundo dos negócios.
Marcela, assim como tantas outras participantes do coletivo, encontrou na dor da quebra uma nova força para recomeçar — e hoje também faz parte da corrente que impulsiona outras mães a seguirem pelo mesmo caminho.
Uma rede que cresce com o amor e a luta de mães
Mais que números ou métricas de sucesso, o coletivo mede seu impacto pelas histórias que transforma. São mulheres que saem da informalidade, que conseguem pagar as contas, que redescobrem sua identidade para além da maternidade.
“Eu estava à beira de desistir. Achei que ser mãe e empreender era impossível. O coletivo me mostrou que não sou menos capaz por ser mãe. Pelo contrário: sou mais forte”, afirma Juliana, integrante do grupo.
E mês após mês, com encontros que acontecem religiosamente no Sebrae Lab, esse coletivo vem desafiando o impossível. Porque quando uma mãe se sente acolhida, ela não só levanta: ela voa. E leva junto outras tantas.
O futuro que nasce em cada encontro
Kelly, que um dia empreendeu sozinha com o apoio da mãe, hoje planta diariamente a semente da coletividade. Ela diz que ainda há muito a fazer, mas que ver outras mães crescendo, aprendendo, abrindo seus próprios negócios, é a confirmação de que valeu — e continua valendo — a pena.
O Coletivo Negócios de Mães é, sem dúvida, um sopro de esperança em um país onde a maternidade ainda é muitas vezes uma sentença de invisibilidade no mercado de trabalho.
Mas aqui, ao contrário: ser mãe é força. É elo. É negócio que floresce com amor e resistência